terça-feira, 13 de outubro de 2009

no dia da criança



Ser criança é achar que o mundo é feito de fantasias, sorrisos e brincadeiras.



Ser criança é comer algodão doce e se lambuzar.


Ser criança é acreditar num mundo cor de rosa, cheio de pipocas.


É ser inesquecivelmente feliz com muito pouco.


É se tornar gigante diante de gigantescos pequenos obstáculos.


Ser criança é fazer amigos antes mesmo de saber o nome deles.


É conseguir perdoar muito mais fácil do que brigar.


Ser criança é ter o dia mais feliz da vida, todos os dias.


Ser criança é estar de mãos dadas com a vida na melhor das intenções.


É acreditar no momento presente com tudo o que oferece, é aceitar o novo e desejar o máximo.


Ser criança é chorar sem saber porque.


Ser criança é estar em constante estágio de aprendizado, é querer buscar e descobrir verdades sem a armadura da dúvida.


Ser criança é olhar e não ver o perigo.


Ser criança é ter um riso franco esparramado pelo rosto, mesmo em dia de chuva, é adorar deitar na grama, ver figuras nas nuvens e criar histórias.


Ser criança é colar o nariz na vidraça e espiar o dia lá fora.


É gostar de casquinha de sorvete, de bolo de chocolate, de passar a ponta do dedo no merengue.


Ser criança é acreditar, esperar, confiar.


E é ter coragem de não ter medo.


Ser criança é querer ser feliz.


Ser criança é saber embrulhar desapontamentos e abrir caixinhas de surpresas.


Ser criança é sorrir e fazer sorrir.


Ser criança é ter sempre uma pergunta na ponta da língua e querer muito todas as respostas.


Ser criança é misturar sorvete com televisão, computador com cheiro de flor, passarinho com goma de mascar, lágrimas com sorrisos.


Ser criança é errar e não assumir o erro.


Ser criança é habitar no país da fantasia, viver rodeado de personagens imaginários, gostar de quem olha no olho e fala baixo.


Ser criança é pedir com os olhos.


Ser criança é gostar de sentar na janela e detestar a hora de ir para a cama.


Ser criança é cantar fora do tom e dar risadas se alguém corrige.


Ser criança é ser capaz de perdoar e anestesiar a dor com uma dose de sabedoria genuína e peculiar.


Ser criança é andar confiante por caminhos difíceis e desconhecidos na ânsia de desvendar mistérios.


Ser criança é acreditar que tudo é possível.


Ser criança é gostar da brincadeira, do sonho, do impossível.


Criança é saber nada e poder tudo.


Ser criança é detestar relógios e compromissos.


É ter pouca paciência e muita pressa.


E ser criança é, também, ser o adulto que nunca esqueceu da criança que foi um dia.


O adulto que consegue se reencontrar com a criança que ainda vive no seu íntimo e mais precioso território.


Aquele pedaço que justifica todos os percalços e que dignifica todos os tropeços.


A ingenuidade restaurada no dia-a-dia e que o transforma em herói ao reler as histórias de sua própria vida, narradas pela criança que o abraça, nas entrelinhas de um tempo que permanece imutável porque sagrado.


O tempo do princípio, da origem, da própria essência.
 
fonte: ponto final,2007

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